onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Pratico laboriosamente os gestos universais,
sinto calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que me arrasto,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
Amo a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sei que, dormindo, os problemas me dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e me repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminho entre mortos e com eles converso
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou minhas melhores horas de amor.
Ao telefone perdi muito, muitíssimo tempo de semear.
Coração orgulhoso, tenho pressa de confessar minha derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceito a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não posso, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.
sinto calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que me arrasto,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
Amo a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sei que, dormindo, os problemas me dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e me repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminho entre mortos e com eles converso
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou minhas melhores horas de amor.
Ao telefone perdi muito, muitíssimo tempo de semear.
Coração orgulhoso, tenho pressa de confessar minha derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceito a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não posso, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.
Quê?