Primeiro o nível lingüístico da coisa.
eu quero dizer que gostei, sim, da tradução do título desse filme: O Sol de Cada Manhã. O nosso "Tempo" português é mais abrangente, e já existe um outro filme com esse nome.
Depois, o drama.
"O Sol de cada manhã", além de fazer óbvia referência à meteorologia, é um ícone do prenúncio de um dia. Um dia, o nosso bloco de tempo favorito, que deixamos escapar invariavelmente, aproveitado ou não.
Um dia eu acordei e tinha 20 anos, e um dia eu vou acordar com 30, e o sol vai ser minha medalha ou meu carrasco, porque, como disse Spritz no filme, a vida não passa de um funil. O horizonte de possibilidades que vemos ao nascer vai se encurtando. Gente três anos mais nova que eu, por exemplo, já ganha milhões para jogar basquete.
Isso deve explicar a fase flaneur, mas é bom que seja passageiro. Não dá pra viver se esquivando. De mim, inclusive.
"...and all the possibilities I faced and the sorts of people I could be, all of them got reduced every year to fewer and fewer. Until finally they got reduced to one, to who I am. And that's who I am, the weather man."